A Arte da Atenção

#0015

DATA

16.06.2020

CATEGORIA

DVISION

D jornal WEB EDITION

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Cada um de nós é invadido e por uma multiplicidade de distrações, que se concentram sobretudo, num pequeno dispositivo que levamos nas mãos, o telemóvel. Nele navegamos nas redes sociais, onde não conseguimos parar de fazer scroll, ouvimos música, vemos vídeos, trabalhamos, tiramos fotografias, e tudo isto muitas vezes em simultâneo, sem sequer nos apercebermos disso. Somos chamados a fazer e a direcionar a nossa atenção imediata para várias coisas ao mesmo tempo, sobrando muito pouco tempo para prestarmos atenção ao que verdadeiramente importa.

CRIAÇÃO

JACINTA FARIA

A Arte da Atenção 1

Estamos sempre ocupados, distraídos e com pressa para tudo, e isso pode fazer-nos sentir mais desligados das pessoas e do ambiente em que vivemos e de que somos parte. Viver desta forma pode fazer com que sintamos que a nossa vida é vazia e sem propósito. Estamos cada vez mais distraídos e absorvidos por tudo e por nada, e cada vez se torna mais difícil prestar atenção aos outros e ao mundo à nossa volta e sair deste círculo vicioso.

Viver em piloto automático e apenas à superfície das coisas faz com que a nossa vida tenha menos significado e harmonia.

A Arte da Atenção 2

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COMO SAIR DESTE CÍRCULO VICIOSO?

Acredito que se conseguirmos viver cada momento com verdadeira intenção e atenção, aí sim, seremos seres mais completos, serenos e felizes. Dar atenção a pequenos detalhes, como contemplar a mudança da cor das folhas das árvores pelas quais passamos todos os dias, sentir o cheiro da relva acabada de cortar, ou saborear uma bebida tranquilamente à beira mar. Ao apercebermo-nos verdadeiramente do que nos rodeia através dos nossos sentidos, estamos a preparar algo maior: o nosso interior e a forma como vemos e damos atenção à vida!

 

Pessoalmente, quando tenho dúvidas sobre a forma como estou a viver, ou sobre aquilo que verdadeiramente me interessa e é importante, gosto de me questionar sobre “o que quero sentir quando tiver 80 anos e puder olhar para trás? Esta simples pergunta por si só, ajuda-me a encontrar respostas, e a decidir entre fazer ou não fazer, entre fazer desta ou de outra forma. Na verdade, não sei exatamente responder o que quero sentir, e também não é isso que importa, o que importa é que quando paro para pensar nisto, tenho como certo o que não quero… não quero sentir um vazio, e uma tristeza profunda por sentir esse vazio.

 

Gosto de pensar que tudo aquilo que faço ou que quero fazer é uma escolha minha e inspirada numa vontade interior e não em função de imposições e num sem número de distrações que me invadem todos os dias!

Enquanto mãe, tenho tudo isto ainda mais presente em mim, com um acréscimo de responsabilidade por querer transmitir esta forma de estar a um pequeno ser, que inevitavelmente terá de lidar ainda com mais estímulos e distrações do que eu…

 

Enquanto profissional, tenho o privilégio de trabalhar e partilhar o meu dia-a-dia com uma equipa de pessoas incríveis, com talento nato e que prestam atenção a pequenos pormenores, e que transportam isso para os nossos trabalhos. E são os pequenos detalhes que, muitas vezes, fazem a diferença naquilo que fazemos e propomos aos nossos clientes. Ouvir cada cliente com atenção, estar atentos a pequenas coisas que cada um valoriza, e que muitas vezes nem ele próprio se apercebe, faz com que consigamos surpreender e ganhar a sua confiança e reconhecimento.

 

Seja qual for a área da nossa vida, acredito que o simples facto de prestarmos verdadeiramente atenção ao que nos rodeia pode levar-nos mais longe e a um estado de plenitude que muitas vezes não sabemos ser possível de alcançar.

Deixo aqui uma sugestão: aproveite uns minutos do seu dia para relaxar, seja a ler algo, a ouvir música ou simplesmente parar e saborear esse momento…afinal a vida é muito mais do que viver com pressa e agarrados a um objeto.

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